Novembro de 2009. Cursava o 7° período de Comunicação Social – Jornalismo na PUC Minas, campus São Gabriel e era estagiário da Assessoria de Imprensa da universidade, no bairro Coração Eucarístico. Nos primeiros dias de trabalho, fiquei sabendo que, em algumas horas, no auditório principal do campus, o narrador esportivo Alberto Rodrigues, o Vibrante, e o jornalista Marco Antônio Bruck, ambos da Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, participariam de uma mesa redonda com Mozahir Salomão, professor e Secretário de Comunicação da PUC Minas (e irmão de Marco Antônio Bruck).
Como deixei claro nos primeiros dias de estágio que era um apaixonado pelo futebol, Marisa Cardoso, assessora de imprensa da PUC, me enviou para cobrir o evento.
Depois de um bate-papo rico com os alunos, casos e histórias, entrevistei Marco Antônio, em seguida o Vibrante e voltei para a assessoria, satisfeito e honrado de ter entrevistado verdadeiros ícones do rádio mineiro.
A matéria seria publicada no dia seguinte (está transcrita no final deste post). Portanto, logo fui para o ponto de ônibus e não precisei permanecer no local para fazer o texto.
Depois de alguns minutos de espera, observando o trânsito ruim, situação rotineira em torno da universidade em horários de entrada e saída de alunos (era 12h15, aproximadamente), vi um senhor acenando para mim, no banco de passageiro da frente, de um carro preto. Era Alberto Rodrigues que me reconheceu. Mas, na verdade, além de acenar, ele me ofereceu uma carona e perguntou se eu iria seguir para o centro. “Via Expressa direto”?, perguntou o Vibrante. Como eu estava indo para o Jardim América, agradeci a carona (pois o caminho não coincidia). O carro do Vibrante continou agarrado no trânsito. E por alguns segundos entendi a chance que estava perdendo. Corri em direção ao carro. “Pensando bem, acho que vou aceitar a carona sim!”
Claro que não importava para onde eles estavam indo e qual era o meu caminho. Eu desceria em qualquer lugar. Entrei no carro e agradeci. Alberto logo me perguntou: “Esse trânsito é assim todo dia”? Eu respondi que sim, devido ao fluxo dos alunos da PUC. Ele replicou: “Nossa, TERRÍVEL esse trânsito hein. Temos que fazer algo para melhorar a situação para os estudantes aqui”.
Estava ansioso para começar a bater papo com o Vibrante. Pensava em alguma forma de puxar assunto, falar de futebol. Naquela semana, o Cruzeiro havia perdido por 3 x 2 para o Fluminense, depois de abrir 2 x 0 no placar, em pleno o Mineirão. Era, também, véspera de um jogo festivo que iria marcar a despedida de Sorín do futebol. Por sorte, o rádio do carro estava sintonizado na Itatiaia e começamos a ouvir o noticiário do Cruzeiro. Ainda perto de contornar a Praça do Coração Eucarístico, perguntei: “E aí Alberto, você que vai transmitir amanhã?” Ele respondeu que não. O narrador da noite seria o Milton Naves.
Comentei então sobre a derrota cruzeirense. O bate-papo fluiu. Nem precisa dizer que aproveitei cada minuto da conversa e aprendi muito, a começar pela simplicidade e humildade de Alberto Rodrigues, um dos grandes narradores e radialistas do país.
Desci na Praça da Savassi. Mas não me importei com o grande desvio de trajeto na volta para casa. Hoje posso contar, com honra e prazer, esta história!
Matéria publicada no site da PUC referente ao evento
Tradição e história: Alunos do Curso de Comunicação Social recebem visita de Marco Antônio Bruck e Alberto Rodrigues
Os alunos do 1º ao 4º período dos cursos de Jornalismo e Publicidade da PUC Minas receberam, no dia 3 de novembro, a visita dos jornalistas esportivos Marco Antônio Bruck e Alberto Rodrigues. O evento aconteceu no teatro do campus Coração Eucarístico e foi conduzido pelo professor e secretário de Comunicação da PUC Minas Mozahir Salomão, que mediou um debate sobre o dia a dia do rádio esportivo mineiro. Bruck foi homenageado pelos 40 anos de carreira, recebendo uma placa das mãos do professor Mozahir, destacando sua valiosa contribuição ao radialismo mineiro.
Com a duração aproximada de uma hora e trinta minutos, os alunos presentes puderam ouvir histórias curiosas contadas pelos radialistas e aprender um pouco sobre as raízes da transmissão esportiva no rádio mineiro. Através de perguntas formuladas pelos presentes, vários assuntos foram abordados como os desafios da transmissão esportiva, a violência nos estádios e a paixão pelo esporte e pela profissão de jornalista. Os dois convidados destacaram que um bom jornalista precisa sentir prazer na profissão. Segundo o locutor Alberto Rodrigues, um bom comunicador precisa ler muito. Marco Antônio Bruck ensinou que profissionais da imprensa precisam estar sempre bem informados.
Após a boa conversa com os alunos, Alberto Rodrigues se mostrou muito satisfeito. Conversar com estudantes é um aprendizado para ele. “Sempre é uma satisfação conversar com os estudantes, aqueles que serão os jornalistas do futuro, os homens da mídia, na parte econômica, esportiva, política, é um prazer muito grande. Porque além de estarmos falando com vocês, estamos aprendendo também”, destacou o narrador. Ele falou também da sua visão sobre o futuro do rádio. “O rádio nunca vai morrer. Já falaram isto há uns anos atrás, com o advento da televisão, mas o rádio não vai morrer. Ele está sempre se inovando, se atualizando, é um veículo que a pessoa pode ouvir em qualquer lugar. O rádio tem o som que, quando é bom, ninguém nunca vai deixar de ouvi-lo. Transmissão esportiva vai continuar, os repórteres esportivos vão continuar surgindo, assim como os comentaristas e narradores. Isto é para sempre”, afirmou. Marco Antônio Bruck falou sobre a representação do rádio em sua vida profissional e pessoal. “O rádio faz parte da vida de quem está nele. Ninguém está no rádio como aventureiro. O rádio é mais que um vicio, é um amor que a gente tem. É uma segunda família. Ele faz parte da sua vida talvez até mais presente que sua família.
Os experientes jornalistas destacaram ainda que a presença da juventude na imprensa esportiva é importante para a renovação do rádio brasileiro e há espaço para todos, inclusive para mulheres.